08 Outubro de 2019 | 13h36 - Sociedade
A denúncia foi feita pela titular da pasta, Faustina de Almeida Alves, durante um café de ideias com jornalistas nacionais, sem especificar as zonas em que se regista essa acção.
Segundo a governante, está é uma prática pouco abonatória para um país que se quer livre de minas.
Dados do Governo indicam que, dos três mil e 293 campos identificados até ao final do conflito armado, em 2002, restam ainda perto de mil e 200 por desminar e 95 áreas suspeitas não confirmadas.
Nesses campos existem, entre outros explosivos, granadas, morteiros, obuses e bombas.
De acordo com a ministra Faustina de Almeida Alves, muitos acidentes com minas no país têm afectado, principalmente, crianças e jovens.
Entre Janeiro e Outubro ocorreram no país 25 acidentes que vitimaram 62 pessoas. As províncias com maior número de desastres foram Benguela, Bié, Cuando Cubango, Huambo, Malanje e Moxico.
Para reduzir o impacto, a governante anunciou que o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher prevê sensibilizar, em todo o país, dez milhões de pessoas sobre educação e prevenção do risco de minas e outros engenhos explosivos, em dois anos.
Esse trabalho, explicou, será desenvolvimento em parceria com a comunicação social, no quadro do seu programa nacional.
O Programa Nacional de Educação e Prevenção Sobre o Risco de Minas foi lançado a 16 de Agosto, na província do Cuanza Norte. Visa reduzir o número de acidentes com minas e a exposição ao perigo destes engenhos explosivos remanescentes da guerra.
Segundo a ministra, será implementada por meio de palestras, jangos comunitários, teatro e outras técnicas de educação com o envolvimento da comunicação social, para a passagem de informação correcta aos cidadãos que continuam a circular em zonas não certificadas como livres de minas.
Fez saber que esta acção será estendida também nas línguas nacionais, nomeadamente em Kimbundu, Umbundu, Kikongo, Tchockwe, Otchikwanhama e Fiote, para melhor compreensão das comunidades com a intervenção de activistas formados para o efeito.
Frisou que o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (Masfamu) conta com os meios de comunicação social para que a mensagem de prevenção e segurança das pessoas chegue às zonas mais recônditas do país.
O encontro foi orientado pela ministra Faustina Alves e contou com a presença de técnicos do Instituto de Desminagem (INAD), da Comissão Executiva de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH) e de directores dos institutos tutelados pelo Masfamu.